III Simpósio Internacional LAVITS

Vigilância, Tecnopolíticas, Territórios

As modulações da vigilância estão hoje atreladas a uma rede extremamente heterogênea de elementos atuantes em múltiplas escalas. Aparatos de vigilância de massa, como os revelados por Edward Snowden, conectam Estados e corporações; agências de segurança nacional e dados pessoais na Internet; espionagem de chefes de Estado e interesses de mercado; guerra ao terror e empresas do Big Data.

Tais dinâmicas da vigilância contemporânea nos levam a retomar a noção de território segundo diferentes níveis de questionamento. Discutir o território nesse contexto é também definir as condições de existência de indivíduos, instituições, corpos e subjetividades. Territórios informacionais, urbanos, subjetivos, da produção ampliada de valor, do comum, entre outros, são ora zona privilegiada, ora zona de resistência às estratégias da vigilância e do controle. Ao mesmo tempo, ações e reflexões no plano tecnopolítico vêm criando um campo fértil de táticas que contestam tais estratégias e exploram outros modos de habitar e agir coletivamente nas redes sociotécnicas contemporâneas.

Vigilância, Tecnopolíticas e Territórios constituem assim a tríade de problemas que compõem o III Simpósio Internacional da Rede Latino-americana de Estudos em vigilância, tecnologia e sociedade/LAVITS, a ser realizado entre 13 e 15 de maio de 2015 no Rio de Janeiro. Tríade que afeta especialmente esta cidade, no interstício de uma série de megaeventos que deixam como legado uma expressiva e renovada gama de tecnologias de segurança e vigilância. Além disso, o Brasil e outros países latino-americanos vivem um ciclo de lutas e protestos em que a cidade e as redes de comunicação distribuída ocupam um lugar decisivo, tornando fundamental a reflexão sobre vigilância, tecnopolíticas e territórios em escala global e local.
Convidamos pesquisadores, professores, ativistas e artistas a submeter resumos de trabalho ao III Simpósio Internacional LAVITS que, no âmbito de sua temática geral, propõe debater os seguintes temas-chave:

  • Big Data, vigilância e tecnopolítica
  • Vigilância, protestos políticos e manifestações urbanas
  • Megaeventos e vigilância
  • Web, Deep Web e Internet das Coisas: rastreamento e vigilância
  • Ativismo e contra-vigilância: criptografia, hacktivismo, tecnopolíticas
  • Práticas artísticas e estéticas da vigilância
  • Trabalho e Vigilância
  • Corpo, afeto e vigilância
  • Identificação, biometria e vigilância
  • Cidades inteligentes e vigilância algorítmica
  • Vigilância móvel e wearable: drones, GPS, smartphones, câmeras integradas etc.
  • Privacidade, dados pessoais e controle da informação
  • Vigilância e práticas de consumo
  • Tecnologias de auto-monitoramento e controle
  • Histórias, memórias e arquivos da vigilância
  • Regulação da vigilância e proteção de dados na América Latina
  • Snowden, NSA e vigilância de massa: impactos na América Latina
  • Vigilância e ditadura militar na América Latina
  • Mercado da vigilância na América Latina: conexões público-privado
  • Vigilância e Tecnopolítica na América Latina: conceitos, metodologias e estudos de caso
  • Controle social, território e vigilância na América Latina